Ela volta ao partido após ter dado seu voto a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff
Marina Milani Publicado em 03/02/2024, às 15h19
Marta Suplicy, ex-prefeita e figura expressiva da política brasileira, reingressou ao Partido dos Trabalhadores (PT) nesta sexta-feira (2), após quase nove anos de desfiliação. O ato contou com a presença e aprovação do presidente Lula e reuniu diversos líderes políticos, assim como uma multidão de apoiadores na Casa de Portugal, no Centro de São Paulo.
A decisão de refiliação é motivada pela intenção de Marta em concorrer ao cargo de vice-prefeita na chapa encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL), que almeja vencer as eleições municipais deste ano. O evento contou também com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e do próprio Boulos, todos vestindo camisas brancas.
Sob aplausos calorosos, Marta Suplicy discursou emocionada, expressando sua maturidade ao retornar ao partido. Destacou a emoção de voltar ao "ninho" e reafirmou sua ligação intrínseca com o PT. Ela ressaltou o desafio de transformar a capital em um "bastião de resistência democrática".
Lula entregou pessoalmente a ficha de filiação a Marta, assinada durante o evento. O ex-presidente enalteceu as realizações da ex-prefeita, recordando sua gestão e projetos voltados para as crianças mais pobres. Marta foi elogiada como uma das prefeitas mais reconhecidas de São Paulo.
Boulos também discursou, dando as boas-vindas a Marta e destacando a missão de derrotar o bolsonarismo na maior cidade do país. Ele criticou a CPI que visa investigar as ações sociais do padre Júlio Lancelotti e fez uma observação bem-humorada sobre o encontro de Lula com o governador Tarcísio de Freitas.
O senador Eduardo Suplicy, que cogitou a possibilidade de concorrer como vice-prefeito, decidiu apoiar Marta após uma conversa com Boulos, destacando seu compromisso em contribuir para a vitória da chapa. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, iniciou os discursos enfatizando a necessidade de São Paulo reencontrar sua vertente progressista e ressaltando que "Marta saiu do PT, mas o PT nunca saiu de Marta".