Provável titular do Corinthians neste sábado, contra o Figueirense, às 16h, na arena, André está de volta ao time após desfalcá-lo por seis jogos devido a uma cirurgia de hérnia inguinal.
Ainda sem a aprovação total da torcida, o centroavante quer recomeçar sua história no clube de um jeito diferente. Para isso, conta com o apoio do pai, Lenílson Marins, de 57 anos, ex-atacante revelado pelo Vasco no fim dos anos 70.
Campeão goiano pelo Goiatuba em 1992 e tendo atuado ainda por clubes como Goiás, Anapolina e Juventude, Lenílson é o principal conselheiro do filho de 25 anos. A cada partida, os dois se falam por telefone e fazem um balanço do desempenho do corintiano.
– Acaba o jogo, e eu tenho de ligar para ele. E aí já sabe, né? Ele começa a falar: “Pô, não fez gol”. Às vezes, eu ligo e a primeira coisa que ele fala é: “Cagão” (risos). Ele brinca comigo, dá dicas sempre – conta André.
Além do pai jogador, o centroavante corintiano cresceu também com o tio Luiz Carlos Marins, zagueiro campeão mineiro pelo América-MG em 1993. A conversa na família, portanto, é toda sobre futebol. Lenílson, que disputa suas peladas até hoje, provoca dizendo que jogou mais que o filho.
– Pior que ele faz gol para caramba. Lá em casa é só troféu dele, de artilheiro, e ele fala que era melhor do que eu (risos). Tenho que aguentar, mas é engraçado, ele é da posição, então fala: “Faz assim, faz assado”. É bacana essa relação, não é só um pai, é um amigo e um professor. Ele fala que me deu a cartilha . Às vezes, brinca: “Essa parte tu não leu da cartilha ainda” (risos) – conta André.
No Timão desde o início do ano, André viveu seu momento mais complicado ao perder um pênalti contra o Nacional, do Uruguai, nas oitavas de final da Taça Libertadores. O Timão acabou eliminado do torneio naquela partida, e a culpa pela queda caiu toda sobre o centroavante. Magoado, ele ligou para o pai e ouviu só incentivos.
– A primeira coisa que falou foi: “bate outro se tiver”. Futebol é assim mesmo, não tem jeito. O engraçado é que foi a primeira vez que perdi um pênalti e foi logo naquele jogo, ficou marcado. Ele falou que não tinha motivo para eu me abater, para treinar que daqui a pouco ia melhorar. Atacante é assim.
Há um mês sem jogar, André é a primeira opção do técnico Cristóvão Borges para ocupar a vaga de centroavante neste sábado. Apesar da confiança do técnico, o jogador enfrenta a sombra de Alexandre Pato, reintegrado ao elenco após o empréstimo ao Chelsea. Um gol diante do Figueirense pode devolver a confiança ao jogador e acabar com a crise com a Fiel. Seu Lenílson estará na torcida.