Prometido para janeiro de 2022, conjunto habitacional na Vila Olímpia deve atrasar 10 meses; obra já está quase 19% mais cara

Prometida para janeiro de 2022, a obra do Conjunto Habitacional Coliseu, que vai dar lugar à antiga favela de mesmo nome na Vila Olímpia, Zona Sul da capital

Prometido para janeiro de 2022, conjunto habitacional na Vila Olímpia deve atrasar 10 meses; obra já está quase 19% mais cara -

Redação Publicado em 14/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 06h45

Prometida para janeiro de 2022, a obra do Conjunto Habitacional Coliseu, que vai dar lugar à antiga favela de mesmo nome na Vila Olímpia, Zona Sul da capital paulista, deve atrasar pelo menos dez meses para ser entregue, segundo documentos obtidos pelo g1.

A obra já está quase 19% mais cara que o valor original orçado pela Secretaria Municipal de Habitação e o preço da construção deve chegar a R$ 41 milhões até novembro de 2022, quando o novo prazo de entrega está programado.

novo valor da construção é R$ 6,8 milhões superior aos R$ 34,6 milhões orçados inicialmente no contrato assinado com o Consórcio Lemam-Habitem, que é formado pelas empresas Lemam Construções e Comercio S.A e Habitem Incorporação e Construção LTDA.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, “a pandemia gerou aumento no custo e escassez do material utilizado na construção do empreendimento, o que ocasionou a diminuição da velocidade das ações”.

“A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Habitação, informa que as obras do Conjunto Habitacional Coliseu estão em andamento, com 64% da infraestrutura já executada, contando com 70 trabalhadores. A pandemia gerou aumento no custo e escassez do material utilizado na construção do empreendimento, o que ocasionou a diminuição da velocidade das ações”, declarou a gestão municipal (leia nota completa abaixo).

Tabela do consórcio gerenciador mostra novos valores da obra do Condomínio Habitacional Coliseu, na Vila Olímpia, Zona Sul de SP. — Foto: Reprodução

Atraso na liberação de verbas

Além dos motivos justificados pela gestão Ricardo Nunes (MDB), relatório de um outro consórcio que ajuda no gerenciamento da obra – o consórcio Pri Bauer Planel – afirma que o atraso também se deve à “atrasos atípicos na liberação de verba de empenho” pela pasta da Habitação para dar andamento à construção.

“Além do outrora mencionado acima, mencionamos o atraso atípico na liberação do empenho referente ao ano de 2021, que somente foi formalizado durante o mês de maio, gerando clima de instabilidade no consórcio construtor que necessitou realizar desembolso além do planejado por longo período, vindo a ter reflexos financeiros significativos em seu fluxo de caixa e por consequência na obra”, disse o documento obtido pelo g1.

Documento do consórcio gerenciador fala em atraso na liberação de verbas da Habitação para o andamento da obra. — Foto: Reprodução

Custo da bolsa aluguel

Para a urbanização da antiga favela, a gestão municipal teve que desalojar cerca de 264 famílias, que foram cadastradas no programa de auxílio aluguel durante os dois anos de construção do condomínio.

O valor da bolsa é de R$ 500 mensais. Com o atraso, a prefeitura afirma que o auxílio também será estendido às famílias durante os dez meses que faltam para a finalização dos edifícios.

Pelas contas feitas pela reportagem, por mês, a gestão municipal desembolsa cerca de R$ 132 mil para pagar essas bolsas alugueis. Com o atraso de 10 meses da obra, a cidade terá que desembolsar R$ 1,3 milhão a mais para bancar o benefício.

Favela em bairro chique

O Condomínio Coliseu está na Rua Funchal, próxima ao shopping JK Iguatemi, bairro onde o preço dos terrenos é um dos mais caros da cidade de São Paulo.

A antiga favela terá três blocos de prédios para atender os antigos moradores do lugar, com cerca de 272 unidades habitacionais.

Obra atrasada do Conjunto Habitacional Coliseu, na rua Funchal, Vila Olímpia, Zona Sul de São Paulo. — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

A proposta de urbanização do espaço se arrasta desde 2014, quando o então prefeito Fernando Haddad (PT), assinou o primeiro contrato de liberação de verba para o projeto e início das construções.

Porém, a desocupação do terreno durou quase seis anos. Só em janeiro de 2020 é que as últimas famílias deixaram as últimas casas da comunidade, diante de muito choro e promessa de vida melhor no futuro.

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G1

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