A união dos elencos profissional e sub-20 do Corinthians na última quarta-feira não foi apenas simbólica. Ela representa mais um passo do clube na intenção de
Redação Publicado em 04/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h32
A união dos elencos profissional e sub-20 do Corinthians na última quarta-feira não foi apenas simbólica. Ela representa mais um passo do clube na intenção de integrar cada vez mais as categorias de base com a equipe principal.
Para isso, o clube ganhou nas últimas semanas um importante trunfo: a amizade entre Jair Ventura, contratado em setembro para dirigir a equipe, e Eduardo Barroca, comandante da equipe sub-20 há quatro meses.
Eles trabalharam juntos no Botafogo, em 2016, mas desde antes cultivam uma boa relação:
– Tínhamos uma amizade antes do Botafogo. Eu trabalhava no Bahia e o recebia em Salvador quando ele ia observar algum jogo. Minha relação é próxima não só com o Jair, como também com o Emílio, assistente dele. E também com todas as pessoas que estão lá. Coelho foi meu jogador, Fabinho foi meu jogador, Osmar (Loss) é um amigo. Todos estes profissionais recebem o que a gente tem feito no sub-20. Material de vídeo, melhores momentos, destaques, comentários, observações individuais. A gente está se falando sempre para minimizar qualquer problema nessa fase final de transição – afirmou Barroca.
Recentemente, os dois treinadores estiveram ainda mais próximos, já que se hospedaram no mesmo hotel na Zona Leste de São Paulo.
– Isso facilita para tomar um café, jantar junto, trocar ideia. Apesar de todo o processo formal, como envio de relatórios e vídeos, essa informalidade ajuda – destacou o técnico dos juniores.
A intenção do Corinthians é de que o sub-20 esteja cada vez mais próximo do profissional. O clube entende que, desta forma, os jovens se adaptam mais facilmente à equipe de “cima”, e o técnico do time principal também pode conhecer melhor os garotos.
Jair Ventura também destaca o ganho motivacional gerado por essa proximidade:
– Fui treinador do sub-20 em 2012 por um ano. O que eu queria que fizessem comigo, eu faço hoje. Queria que o treinador do profissional me chamasse para estar mais próximo, sei como isso eleva a competitividade do elenco. Todo profissional que está na base quer estar no profissional, tem de ser dessa maneira, lógico que respeitando os demais. Essa integração é muito boa. Eu acompanho os meninos, recebo os jogos direto. Olhar é diferente. Sempre que tiver oportunidade, eu vou (nos jogos do sub-20). Fiz isso no Santos, gosto de estar próximo – afirmou o treinador.
Porém, Jair é cauteloso ao falar sobre o aproveitamento dos garotos na equipe principal.
– Eu costumo dizer que a base não é como fábrica de carro. “Ah, eu quero um 9”. Mas a base está lançando quatro externos neste ano. O 9 talvez esteja no mirim ainda. Aí você precisa ir no mercado – ponderou.
Nos tempos de Botafogo, a integração entre Jair e Barroca gerou bons frutos, como destaca o comandante da equipe sub-20:
– Quando trabalhamos juntos, foi excelente. O ano de 2016 para o Botafogo foi bom, o clube conquistou uma vaga na Libertadores no profissional. Já no sub-20, ganhamos Campeonato Carioca, Brasileiro, Taça Guanabara e fomos à final da Copa RS. Todos esses jogadores que vimos iniciando em 2016 hoje estão no profissional do Botafogo.
– O Jair é o típico caso que é jovem, mas tem uma experiência larga. Ele já fez várias funções. Foi o auxiliar do clube, do treinador, analista, trabalhou em seleções de base, esteve ao lado de técnicos com características diferentes. Apesar da pouca idade, ele tem muita experiência e vivência em contextos bastante diferentes. Se pudesse conceituar o Jair em uma palavra seria: preparado.
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