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Alckmin foi crítico do voto útil em 2000, mas agora defende a prática contra o PT e Bolsonaro

Nos últimos dias, Geraldo Alckmin (PSDB) passou a defender o voto útil como uma forma de chegar ao segundo turno, embora já tenha sido um crítico da prática.

Alckmin foi crítico do voto útil em 2000, mas agora defende a prática contra o PT e Bolsonaro
Alckmin foi crítico do voto útil em 2000, mas agora defende a prática contra o PT e Bolsonaro

Redação Publicado em 13/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h20


Nos últimos dias, Geraldo Alckmin (PSDB) passou a defender o voto útil como uma forma de chegar ao segundo turno, embora já tenha sido um crítico da prática. “Falar em voto útil é ser contra a democracia, porque evita o debate de ideias e tira do eleitor o direito de comparar as propostas dos candidatos”, declarou o tucano, em agosto de 2000, quando era candidato a prefeito de São Paulo.

Hoje os tucanos são grandes entusiastas do voto útil, dizendo que “votar em Bolsonaro é eleger o PT”. A ideia que passaram a defender é a de que Alckmin tem mais chances de vencer o PT no segundo turno que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Segundo o presidenciável do PSDB, Bolsonaro é o “passaporte para a volta do PT”.

As declarações têm como base as pesquisas de intenção de voto que o apontam com uma vantagem maior que o candidato do PSL na disputa contra o petista, Fernando Haddad, no segundo turno. De acordo com o último Datafolha, na disputa contra Fernando Haddad (PT), o tucano tem 43% das intenções de voto, contra 29% – uma diferença de 14 pontos porcentuais. Já Bolsonaro, na disputa com o PT, empata com Haddad, com o petista numericamente à frente dele (39% a 38%).

Alckmin mudou de opinião em relação ao voto útil, mesmo tendo sido prejudicado por esse tipo de campanha na eleição municipal de 2000. À época, ele era alvo de pedidos de voto útil, feitos pela candidata do PT, Marta Suplicy, que estava em primeiro lugar na disputa. Marta focava nos eleitores que rejeitavam o então candidato do PPB e ex-prefeito paulistano, Paulo Maluf, e que temiam, num segundo turno, a vitória dele em razão da rejeição ao PT. Marta passou a dizer que ela tinha condições de vencer a campanha já no primeiro turno e começou a pedir o voto daqueles que pretendiam escolher Alckmin. A estratégia não deu muito certo. Ela não teve votos suficientes para evitar o segundo turno. Teve de enfrentar – e derrotar – Maluf. Alckmin foi o grande lesado por essa estratégia do PT. Ficou em terceiro lugar, perdendo para Maluf a vaga no segundo turno por menos de 8 mil votos. Talvez, se a campanha pelo voto útil não tivesse ocorrido, com Marta recebendo parte dos seus votos, o tucano tivesse passado para a segunda etapa da eleição.

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