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Abel vê vitória justa em primeira final, mas dá recado ao Palmeiras: “Temos que continuar em alerta”

Abel também comentou a expulsão de Luan, aos 19 do segundo tempo, que fez o Palmeiras mudar a postura e sofrer pressão do Grêmio na reta final da partida. Ele

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Redação Publicado em 01/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h59


Veja entrevista do técnico após jogo contra o Grêmio, na ida da decisão da Copa do Brasil

O técnico Abel Ferreira considerou justa a vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre o Grêmio, na noite deste domingo, em Porto Alegre, no jogo de ida das finais da Copa do Brasil. Mesmo assim, fez questão de ressaltar que a vantagem conquistada é mínima na busca pelo título nacional.

Em entrevista coletiva após a partida, Abel afirmou que o jogo do Palmeiras foi muito consistente e aprovou a postura da equipe após a expulsão do zagueiro Luan, no segundo tempo, por uma cotovelada em Diego Souza.

– Primeiro falar que foram duas grandes equipes que se enfrentaram aqui. Sabemos que a final se decide em dois jogos, estamos na primeira parte, então estamos em vantagem neste momento. Temos que continuar em alerta, nada nos garante nada – disse Abel.

– Vamos continuar focados nas tarefas individuais e coletivas. Nós entramos muito bem no jogo, criamos muito perigo logo no começo, mas o Grêmio replicou, dividiu o jogo, procurou atacar com sua qualidade que tem. Fizemos um jogo muito consistente, acho que as oportunidades mais perigosas foram as nossas. (…) Infelizmente hoje só fizemos um gol. Depois da expulsão o Grêmio tomou conta da posse, tentou entrar por fora e por dentro. Foi parecido com o jogo do Brasileiro em casa. Hoje fomos eficazes na defesa, acho que fomos justos vencedores dessa primeira parte – completou.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, no jogo contra o Grêmio — Foto: FERNANDO ALVES/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, no jogo contra o Grêmio — Foto: FERNANDO ALVES/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Abel também comentou a expulsão de Luan, aos 19 do segundo tempo, que fez o Palmeiras mudar a postura e sofrer pressão do Grêmio na reta final da partida. Ele isentou o zagueiro de culpa pelo cartão vermelho.

– São situações que acontecem no jogo. Eu já falei com o Luan, sei que os jogadores querem proteger a bola, ele é alto, tentou proteger. Sei que as pessoas vão dizer que foi imprudente. Eu fui jogador, sei como são esses lances, temos que proteger. Infelizmente o adversário era menor que ele – explicou Abel.

– Mas depois fechamos bem o jogo por dentro deles. O Grêmio cruzou muitas bolas, mas tivemos qualidade para interceptar. O Grêmio tentou fazer isso, a bola poderia pingar na área, sobrar para alguém, mas mesmo assim ficamos consistentes, ligados na segunda bola. O Danilo e o Menino entraram para fazer isso, cada um em seu corredor e ajudando o Felipe Melo no centro. Sofremos? Sim, mas porque estávamos com um a menos – complementou.

O Palmeiras volta a campo na próxima quarta-feira para enfrentar o Corinthians, às 19h, na Neo Química Arena, pela segunda rodada do Campeonato Paulista. O segundo jogo da final da Copa do Brasil é no próximo domingo, às 18h (de Brasília), no Allianz Parque.

Melhores momentos: Grêmio 0 x 1 Palmeiras pela 1ª partida da final da Copa do Brasil 2020

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Veja outras respostas de Abel Ferreira:

Gol de jogada ensaiada?

– Os jogadores precisam ter mente e coração abertos para acreditar no que dizemos. Isso é fruto de trabalho coletivo. Eu não sou o responsável pelas bolas paradas, eu dou as ideias para os meus treinadores, mas eles que encontram as melhores opções para a equipe. Temos pessoas dentro da comissão técnica com essa função específica, e eu cobro muito deles, sei que a bola parada é um elemento fundamental. Nós gostamos dela porque há várias formas de se fazer gol. Podemos fazer do lateral, puxando o contra-ataque, ataque posicional, bolas paradas, pela criatividade dos jogadores, então há todas essas formas. Procuramos dedicar um momento importante para as bolas paradas. E por não termos tanto tempo para treinar, podemos dedicar um pouquinho de mais tempo.

Escalação inicial

– Eu gosto muito de falar sobre isso. É por isso que eu delego as bolas paradas para os meus auxiliares, tenho que ter tempo e cabeça fresca para tomar as melhores decisões. Sou eu que vejo os jogadores treinarem, sou eu quem treino eles, logo tenho que pensar nas estratégias. O Menino se lesionou, e eu não coloco o jogador logo depois de uma lesão, seja quem for. Sabemos que o Zé Rafael faz muito bem essa posição, o Patrick também estava fora, então colocamos ele um pouco no jogo anterior, junto com o Wesley. Já tínhamos a intenção de ter eles neste jogo.

– O último jogo serviu para nos preparar para o Paulista e para esses dois jogadores estarem prontos para dar uma resposta neste jogo. As pessoas não sabem o que o Zé tem sofrido esse ano, jogou várias vezes sem estar 100%. Eu volto a falar aqui. É difícil chegar nas finais, temos que lembrar do surto de Covid, as lesões, a saída do Ramires, e o Zé foi um dos mais massacrados. Contra todas as dificuldades estamos juntos, todos somos um, esse é o espírito que nós queremos.

Felipe Melo foi titular na primeira final da Copa do Brasil — Foto: Richard Ducker

Felipe Melo foi titular na primeira final da Copa do Brasil — Foto: Richard Ducker

Força mental após expulsão

– A gente vem demonstrando isso. Eu amo a palavra que utilizo muito na minha vida, o equilíbrio. Ganhamos um jogo, nada mais. Perdemos o Mundial, fomos crucificados. Ganhamos a Libertadores, somos os melhores. Eu não vivo minha vida e minha profissão assim. Eu gosto de que me critiquem com conhecimento, temos que olhar quando isso acontece porque não sabemos tudo, sou melhor treinador hoje pelo futebol brasileiro. Na minha opinião, isso que temos nas duas orelhas faz a diferença de um verdadeiro campeão para alguém que luta para não perder, a mentalidade competitiva.

– Temos que ter a coragem de usar todos os nossos recursos para derrotar nosso adversário. Quando eles forem melhor, sairemos de cabeça erguida e vamos olhar para o próximo jogo. É isso que eu digo para os jogadores, quando vocês tiverem dúvidas, perguntem. É para a comissão técnica que eles têm que dar ouvidos. Quando perdemos a competência está lá, quando ganhamos também. O futebol é de emoções, nossos capitães têm essa mesma responsabilidade de passar essa maturidade competitiva.

Gols perdidos

– As melhores equipes do mundo também perdem gol. O mais importante é pensar que estamos criando. No Mundial perdemos nas bolas paradas. São jogos nos detalhes, jogos de 50% para cada um, mas as pessoas não querem reconhecer o mérito nos adversários. Nós procuramos, através da nossa forma de atacar, que os jogadores percebam os caminhos para percorres, ter frieza na área, mas eu vejo o Gabriel Jesus perder gols, os melhores perderem gols, mas também marcar como os nossos. Temos que ter confiança nos jogadores, foram eles que trouxeram nós até aqui. Estamos aqui para nos apoiar em todos os momentos.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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