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Abel evita protagonismo no Palmeiras e diz: “Nunca treinei uma equipe com tanta qualidade”

Abel Ferreira direcionou os elogios pela atuação do Palmeiras nesta terça-feira, na vitória por 3 a 0 sobre o Libertad, para os jogadores. Em entrevista

Palmeiras
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Redação Publicado em 16/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h35


Treinador direcionou os elogios para o desempenho dos jogadores contra o Libertad

Abel Ferreira direcionou os elogios pela atuação do Palmeiras nesta terça-feira, na vitória por 3 a 0 sobre o Libertad, para os jogadores. Em entrevista coletiva concedida depois da classificação para a semifinal da Copa Libertadores, o treinador português falou:

— Nunca treinei uma equipe com tanta qualidade como essa, com homens, jogadores que já ganharam títulos, sabem que para ganhar é preciso muito mais do que só ter bons jogadores, e estamos, aos pouquinhos, construindo esse espírito. Se constrói grandes equipes com grandes homens — declarou Abel Ferreira.

A principal satisfação do treinador se direciona para o comportamento da equipe defensivamente. Novamente, o Palmeiras passou ileso em uma partida no Allianz Parque sob o comando do português. São sete vitórias em sete jogos na arena.

— Disse para eles que para ganhar títulos temos que ter a melhor defesa. Eu falo da forma que defendemos, no momento que estamos defendendo começamos a atacar. Correr para frente a 100km, para trás a 200km. Enquanto estivermos com essa atitude, certamente estaremos mais próximos de ganhar — comentou.

Melhores momentos de Palmeiras 3 x 0 Libertad pelas quartas de final da Libertadores
Melhores momentos de Palmeiras 3 x 0 Libertad pelas quartas de final da Libertadores

O Palmeiras de Abel Ferreira aguarda o adversário na próxima fase. River Plate e Nacional do Uruguai disputam a vaga para encarar o time alviverde na próxima fase. O segundo jogo está marcado para quinta-feira, às 21h30, em Montevidéu. Os argentinos venceram na ida por 2 a 0.

Veja outras respostas de Abel Ferreira na entrevista pós-jogo:

Favorito ou azarão?

— Não concordo com isso de que nossos adversários foram mais fracos. Se eles chegaram é porque têm qualidade. Eu detesto quando diminuem os adversários, temos que respeitar 100% todos. Não temer nenhum, mas respeitar todos. Nós como Palmeiras assumimos a responsabilidade de entrar em todos os jogos para ganhar, mas que não falem que nossos jogos foram fáceis. Fomos buscar o empate com o Libertad lá, uma equipe super agressiva, que tem um jogo vertical, mas minha equipe foi competente e séria diante de um adversário com todos os méritos. Não vou entrar nessa onda, todos os jogos são difíceis. Quando começam a teorizar que há jogos mais fáceis que os outros, há a tendência em relaxar. Quero parabenizar a equipe pela forma competente, sólida e unida que jogou. Mas como eu disse, foi mais um passo, não ganhamos nada. Sabemos o que queremos, há muito caminho pela frente, vamos olhar para dentro e seguir focados.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, na partida contra o Libertad — Foto: Staff Images / CONMEBOL

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, na partida contra o Libertad — Foto: Staff Images / CONMEBOL

Medo da Covid-19

— Eu vou dizer exatamente o que senti. Primeira noite tive medo. As pessoas acham que os líderes não têm medo. Eu tive medo na primeira noite. O vírus tem formas diferentes de reagir nos corpos. Eu não queria dormir na primeira noite. Felizmente, a partir da segunda noite, deixei de ter febre, comecei a ficar normal. Foram dez dias muito tranquilos. Todas as pessoas do clube me ligavam perguntando se precisava de algo, estive sempre acompanhado. As pessoas do hotel foram super simpáticas comigo, eu que fazia faxina e tudo, era bom para passar o tempo. Por outro lado, tenho que dizer que tenho uma comissão técnica altamente competente que trabalha comigo. Eu tenho uma equipe de treinadores, não são auxiliares. Fiquei presente através dos meios que temos, o clube me forneceu tudo que precisava para ficar perto dos jogadores. Tive reuniões virtuais, faltou o contato, mas todo o resto esteve lá. Os jogadores sabem o que precisam fazer, há momentos no jogo que não precisam de um treinador para jogar.

Zé Rafael no banco

— É minha função enquanto treinador dar a certeza aos jogadores sobre o que eles têm que fazer dentro de campo, o resto é com eles. Hoje o Zé Rafael ficou de fora. Ele caiu um pouquinho de rendimento por minha culpa. Quando o jogador está tão bem o treinador é responsável, mas o Zé Rafael foi minha culpa a queda. O Zé teve um entorse. Nós temos muitas dificuldades em construir o meio-campo, e todos têm dado resposta. Eu precisava dele e meti, e meti, e meti (escalou). Se ele caiu um pouquinho nesses últimos jogos foi por minha culpa. Mas ele vai se recuperar, hoje nos deu segurança. Eu não penso só nos onze que escalo, tenho que pensar neles e nos que entram para poder mudar o resultado. Nisso os jogadores têm sido muito focado. Nosso meio tem sido o setor com mais alterações, mas falamos português, eles sabem o que precisam fazer. Eles são jogadores, nós damos as pistas, quem faz a diferença são eles. Quando você tem a mente aberta e coração quente, é muito mais fácil explicar o que você quer.

Palmeiras x Libertad, comemoração palmeirense — Foto: Staff Images / CONMEBOL

Palmeiras x Libertad, comemoração palmeirense — Foto: Staff Images / CONMEBOL

Mudança no comando

— Não sou eu que chuto, que passo e que faz gol. Nós temos uma forma de trabalhar, quando eu cheguei disse aos jogadores que iria precisar mais deles do que eles de mim. Íamos treinar com acesso a vídeos porque não temos tempo para treinar. Quando você têm jogadores com mente aberta, coração quente e vontade de aprender, é tudo mais fácil. Mas não ganhamos nada, somos a mesma equipe que há um tempinho estavam criticando, vão me criticar também, acontece. É uma coisa que digo para eles, nós temos que pensar no próximo dia. Vamos recuperar os jogadores e pensar no próximo jogo. Temos 24 horas para se livrar dessa vitória, voltar tudo ao zero, escalar a montanha de novo. Como nem Guardiola e Klopp prometem título, e estou muito longe da capacidade deles, a única coisa que prometemos é impor nossos jogo em todas as partidas, lutar contra quem for, seja onde for, para vencer.

Time precisa evoluir para conquistar a Libertadores?

— Nós não pensamos dessa forma. O nosso grande adversário está dentro de cada um de nós, é o grande desafio que passo para os jogadores. Nós temos que ter convicção e trabalhar a cada dia para sermos individualmente melhores. Se eu melhorar meu lateral, meu meia, meu centroavante, minha equipe vai ser melhor. É dentro disso que trabalhamos, melhorar todos os dias. Depois temos nossos adversários, não jogamos sozinhos. Todos são competentes, têm os mesmos sonhos que nós, elencos bons, então a competição é grande. Mas para mim a maior competição é dentro de nós. Os jogadores estão focados nisso, felizmente os resultados têm aparecido. Às vezes jogamos bem e o resultado não vem, como contra o Goiás. Não vou mudar esse discurso até as pessoas ficarem cansadas de mim, minhas convicções são essas.

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GE – Globo Esporte.

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