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Abel cita importância de descanso para atuação do Palmeiras e diz: “Jogadores foram perfeitos”

A atuação do Palmeiras na vitória por 2 a 1 sobre o Sport, nesta segunda-feira, no Allianz Parque, deixou o técnico Abel Ferreira muito satisfeito.

Abel cita importância de descanso para atuação do Palmeiras e diz: “Jogadores foram perfeitos”
Abel cita importância de descanso para atuação do Palmeiras e diz: “Jogadores foram perfeitos”

Redação Publicado em 26/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h48


Treinador vê influência positiva da torcida na virada sobre o Sport e volta a criticar calendário

A atuação do Palmeiras na vitória por 2 a 1 sobre o Sport, nesta segunda-feira, no Allianz Parque, deixou o técnico Abel Ferreira muito satisfeito.

Segundo ele, isso só foi possível pelo fato de o time ter tido tempo suficiente para descansar, já que havia jogado na quarta, no Ceará, e atuou novamente só nesta segunda. O português também voltou a criticar o calendário do futebol brasileiro.

Abel Ferreira durante a vitória sobre o Sport — Foto: Marcos Ribolli

Abel Ferreira durante a vitória sobre o Sport — Foto: Marcos Ribolli

– Futebol moderno é isso: intensidade, futebol vertical, de jogar para frente, de chutar 36 vezes. Agora, para que isso aconteça, é preciso que se dê tempo para descansar a equipe. Foi o que aconteceu. Jogamos com o Bahia e tivemos dois dias de descanso, depois o Bragantino e dois dias para o Ceará. Não sei quem são os inteligentes que organizam, e enquanto eu estiver aqui, como diria o Zagallo, vão ter que me engolir.

– Hoje a equipe só jogou com esse ritmo porque tivemos uma luta muito grande para adiar o jogo. Íamos jogar contra o Ceará, vir de avião e jogar dois dias depois aqui. Isso é de quem não pensa, seja quem for. Temos que sentar treinadores, jogadores, televisão, quem organiza a competição… Se quiserem jogos com intensidade, tem que dar descanso. A Fifa é muito clara, diz que, no mínimo, temos que ter 72 horas de descanso. Mas acreditam aqui que quanto mais jogo, melhor é. Eu acredito o contrário. Portanto, hoje tivemos força mental, força física – analisou.

O treinador considerou que seus jogadores foram “perfeitos” na partida contra o Sport e elogiou a produção ofensiva.

– Nós, com bola, temos que ser mais ofensivos, criar, chegar no último terço e fazer coisas, não só por ter a bola. E foi isso que fizemos. Hoje finalizamos 36 vezes, demonstra muito a agressividade e atitude mental da equipe, que contradiz alguns que querem catalogar nossa equipe como uma que defende. Não, é uma equipe equilibrada. Percebe o adversário que enfrente e joga o que o jogo deixa, dita. Hoje nossos jogadores foram perfeitos, sobretudo no lado mental. Pena só ter sido por dois gols, poderia ter sido mais.

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Confira outras respostas de Abel Ferreira na coletiva:

Time é a cara do técnico?

– Não, é a cara do Palmeiras, a cara da força do clube, dos torcedores do Palmeiras. E é isso que eu procuro, que cada palmeirense se veja nessa equipe, quando ganha ou perde. Vimos uma equipe com uma força mental muito grande, e é um dos pontos que falo desde que cheguei. Um dos pontos mais fundamentais é a força mental na ordem e disciplina tática coletiva. Não é um jogo de futebol entre solteiros e casados, vale pontos e decide muitas coisas. Hoje a equipe manteve essa ordem e disciplina, além de uma coisa que eu gosto muito, a intensidade.

Influência da torcida na virada

– Toda. Digo para a câmera, toda. Eu disse que essa torcida ganhava jogos, que ajuda o treinador. É um sossego para mim estar ali em campo porque já sei que meus jogadores vão entregar tudo, a torcida cobra. Hoje a torcida teve um ótimo comportamento. Diziam que era chata, a torcida do amendoim, que aquilo, que isso, mas até agora só tenho coisas boas para dizer. Agradecer, de coração, o apoio. No momento que sofremos o gol, apoiou. A torcida foi determinante para ganharmos o jogo. Eu tinha certeza que eles iam nos empurrar. Nos ajudou para darmos o nosso melhor para levarmos os três pontos, que era justo.

Conversa no vestiário

– Aqueles que dizem: “Professor perdeu o balneário, professor perdeu não sei o que”. Sabe, quem treina com eles todos os dias, quem está com eles todos os dias, quem sofre com eles… Eu não grito com meus jogadores, não sou de grito. Gosto de falar com homens. Se eu sentir que perdi o grupo, sou o primeiro a ir embora. Se fiquei aqui é porque há trabalho para fazer, porque eles acreditam o que o treinador diz. No intervalo eu passei tranquilidade e deixamos a equipe ainda mais agressiva com o Scarpa, que fez mais um jogo fantástico saindo do banco. E isso que queremos, alguém que sirva, que é o seu ponto forte. Mantivemos a equipe com a largura que tinha que ser dada, os movimentos interiores que tinham que ser feitos, chegadas para finalizar. Como eu disse, a equipe manteve a ordem e disciplina. Mas as palavras foram de calma, tranquilidade. Já falamos sobre força mental, e nisso eles têm sido perfeitos. Quando o treinador crítica um jogador é como um pai para um filho. E eu já fiz, no sentido construtivo, não quer dizer que eu perdi o vestiário. Para aqueles que vivem para falar mal dos outros…. Porque há dois tipos de jornalismo esportivo. Podem me criticar como treinador, mas quando passa para a ofensa, mostra o caráter da pessoa que diz isso.

Mudança de lado dos pontas

– Grande jogo do Dudu hoje. É um craque. Um jogador que está comprometido ofensivamente e defensivamente. Nos ajuda muito a desequilibrar contra equipes compactas e fechadas. Precisamos da criatividade desses jogadores, eles precisam colocar sua qualidade individual a serviço da equipe. O Rony com sua verticalidade, o Dudu no seu um contra um. É um jogador que cria muito. Nós queremos isso, que os jogadores percebam que o objetivo é jogar para sempre, para fazer gols. Foram dois jogadores que nos ajudaram bastante.

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Atuação de Gustavo Scarpa

– Eu gosto de jogar com três tipos de meias. Um cinco, um oito e um dez. Nós temos cinco com o Felipe Melo ou Danilo Barbosa, o oito que pode ser o Patrick ou Danilo, e dois dez, o Scarpa ou Veiga. Como só posso escolher três… Quando quero que a equipe fique mais aguda, porque a equipe tem que ser equilibrada, nós temos que ter jogadores no banco para tornar o time mais agressivo. O Scarpa nos dá isso. Ele e o Veiga alternando. Hoje foi preciso tornar a equipe mais agressiva. Tirei um oito e coloquei um dez. Nossa função é olhar para o jogo e ver o que ele pede. No intervalo entendi que precisávamos ser mais agressivos e coloquei o Scarpa. Se eu pudesse jogar com onze centroavantes, jogava. O próprio Weverton já parece um zagueiro. Quando falo dos meus times, gosto das equipes equilibradas. Nós temos que saber defender bem quando o adversário é melhor, temos que saber atacar quando o adversário não for.

Gómez na lateral?

– O Gómez é um campeão. Como o Felipe Melo foi hoje também. Disse para ele que íamos arriscar e que ele deveria ser rigoroso no posicionamento central, não quero falar muito também, não posso dizer os segredos todos. Mas para nós arriscarmos com o Scarpa, o Felipe Melo e os dois zagueiros tinham que ser muito disciplinados. Quando nós iniciamos o jogo… O Gómez tem essa característica, já vimos ele fazer a saída com três, como contra o São Paulo. Ele já jogou assim antes de chegar ao Palmeiras. Eu volto a dizer o que disse no último jogo. O jogo ainda pertence aos jogadores, não aos treinadores. Os treinadores que são mandados embora e criticados, mas o jogo pertence a eles. O que eu faço é criar minha ideia e vender para os jogadores. Até agora eles compraram, gostam. Eu não limito, não faço cercas para ninguém, todos são livres para expressar o potencial que tem. E o Gómez fez três avanços bons pela direita, criou desequilíbrio ao adversário, mas se não finalizarmos as jogadas, vai faltar alguém lá atrás.

Um ano de Palmeiras

– Eu gosto de fazer balanço só no final da temporada. Mas o Palmeiras entrou num quadro daquilo que entendo que é o caminho de um treinador ambicioso, que quer ganhar títulos. Para ganhar títulos só pode treinar clubes dessa dimensão. Acho que foi uma decisão acertada de ambas as partes. Mas é um dia de cada vez, assim que eu vejo o dia e o futebol. Tudo no tempo de Deus, até quando Deus quiser, assim que gosto de viver minha vida e o futebol. No final faremos o balanço e decidiremos o que é melhor para todos.

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Globo Esporte

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