A política necessária

Hoje é comum no debate público a distinção em “velha e nova política”. Trata-se de mais uma das expressões que ficam na moda porque são muito repetidas, mas pouco explicadas.

Quando o leitor se deparar com alguém falando em nova política, peça para o interlocutor explicar o que ele quer dizer. A maioria dirá que a nova política não admite o “toma lá, dá cá”. A generalização não ajuda na compreensão do tema. Afirmar que toda política feita até hoje ficou velha porque admitia a troca de cargos por vantagens é uma fraude que serve muito bem aos oportunistas de ocasião.

Não há velha ou nova política, o que há é a boa e a má forma de influenciar o poder político. É legítimo que políticos ocupem cargos públicos, pois assim podem fazer valer as ações políticas que entendem ser mais adequadas às suas propostas. Não há mal nenhum em nomear um aliado político, desde que atendidos os critérios de capacitação, competência e boa reputação.

É lícito que um político atue para conseguir verbas públicas destinadas a obras e serviços em favor de suas bases eleitorais. Essa prática, feita sob o crivo da fiscalização de instituições e órgãos de controle, não pode ser maculada com expressões pejorativas.

A má política é, na verdade, a morte da política, na medida em que privilegia escroques de toda ordem e aspirantes a ditador que desejam solapar as instituições democráticas. A má política é indecente, imoral e praticada em benefício puramente pessoal do agente político.

A boa política se faz com diálogo, negociação, argumentação com raciocínios logicamente articulados e composição com pessoas que adotam diferentes visões de mundo.

Não importa a questão temporal, sempre temos que batalhar pela boa política, que é aquela comprometida com a ética, a moral