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A polêmica decisão de libertar o ‘Monstro de Worcester’, que matou brutalmente três crianças

O chocante assassinato de três crianças por um homem que cuidava delas como babá na cidade inglesa de Worcester ganhou um novo capítulo mais de quatro décadas

A polêmica decisão de libertar o ‘Monstro de Worcester’, que matou brutalmente três crianças
A polêmica decisão de libertar o ‘Monstro de Worcester’, que matou brutalmente três crianças

Redação Publicado em 05/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h00


Crime cometido por David McGreavy chocou o Reino Unido em 1973; preso aos 21 anos, ele hoje é idoso.

O chocante assassinato de três crianças por um homem que cuidava delas como babá na cidade inglesa de Worcester ganhou um novo capítulo mais de quatro décadas depois.

David McGreavy, preso em 1973 após matar os menores e empalar seus corpos em grades de jardim, deve sair da cadeia em breve.

Ele havia sido condenado à prisão perpétua pelo assassinato de Paul Ralph, de quatro anos, e de suas irmãs Dawn, de 2 anos, e Samantha, de 9 meses de idade.

Mas um relatório do Conselho de Liberdade Condicional disse que o homem “mudou consideravelmente” ao longo de 45 anos de prisão. Assim, o órgão decidiu por sua libertação após uma audiência.

Elsie Urry, mãe das crianças mortas na casa da família, disse ao jornal “The Sun” ter “implorado” para que McGreavy, hoje com quase 60 anos, continuasse na prisão.

“O que esse animal fez com meus filhos foi tão ruim quanto o que fizeram os Moors Murders (assassinatos de crianças perpetrados pela dupla Ian Duncan Stewart e Myra Hindley na década de 60 na região de Manchester)”, disse Urry ao jornal.

“Ele colocou meus bebês em espetos, pelo amor de Deus. Ele os mutilou e eles morreram em agonia.”

A mãe relata ter sido tranquilizada, após o julgamento do caso, de que o crime de McGreavy “foi tão terrível que ele nunca mais seria libertado” – mas agora diz sentir-se “traída”.

O Conselho de Liberdade Condicional avaliou que o condenado tem hoje “uma compreensão considerável dos problemas que já teve e do que os causou”.

Elsie Urry diz sentir-se 'traída' com a libertação do assassino de seus filhos — Foto: BBC

Elsie Urry diz sentir-se ‘traída’ com a libertação do assassino de seus filhos — Foto: BBC

Um documento do órgão diz que um psicólogo identificou “vários fatores que tornam menos provável que McGreavy reincida no futuro”.

“Isso inclui um autocontrole aprimorado e o fato de que McGreavy aprendeu a permanecer calmo em situações estressantes.”

O que aconteceu em Worcester

McGreavy, que ficou conhecido como o “Monstro de Worcester”, foi inquilino da família de suas vítimas e justificou os assassinatos dizendo que uma das crianças não parava de chorar.

O pequeno Paul foi estrangulado, enquanto Dawn foi encontrada com um corte na garganta e Samantha, com uma fratura composta no crânio.

Há dois anos, em sua casa em Hampshire, Urry contou à BBC que até hoje visita com regularidade as sepulturas dos filhos em Worcester.

Segundo a mulher, McGreavy, que tinha 21 anos quando foi preso, era amigo de seu marido e ficou na casa da família por ter se desentendido com os pais.

Na noite dos assassinatos, ele cuidou das crianças por cerca de uma hora – para que a mãe pudesse trabalhar em um pub.

Segundo Urry, era preciso ganhar dinheiro para tentar comprar uma casa.

“Sinto que as pessoas me culpam pelo que aconteceu porque eu estava trabalhando naquela noite”, acrescentou.

Repercussão

A possibilidade da libertação de McGreavy tem sido discutida pelas autoridades há pelo menos 10 anos.

Ian Kelcey, copresidente do Comitê de Direito Penal da Law Society, avaliou a decisão: “Meu sentimento é de que temos que confiar no Conselho de Liberdade Condicional”.

Rose Dixon, diretora-executiva da instituição de caridade Support After Murder and Manslaughter, dedicada aos cuidados de famílias vitimadas por crimes contra a vida, afirmou que a deliberação do conselho levaria os Urryde “de volta ao dia dos assassinatos”.

“É uma experiência muito traumática perder alguém por assassinato. Temos dificuldade em armazenar memórias traumáticas no cérebro, então, quando surge um evento como a deliberação do conselho ou a libertação de alguém, isso literalmente joga a família de volta (ao passado).”

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