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A nova “cepa” de seres humanos

Por César Romão*

colunista cesar romao
colunista cesar romao

Redação Publicado em 10/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h05


Por César Romão*

A nova “cepa” de seres humanos

Eis que o planeta continua em rotação e translação, e prosseguimos como caronas neste trajeto que faz mais um dos bilhões de movimentos do universo.

Os 10% mais ricos ganham quase 59% da renda nacional total; os 10% mais ricos ganham 29 vezes mais que os 50% mais pobres; a metade mais pobre concentra menos de 1% da riqueza do País, e o 1% mais rico possui quase a metade da fortuna patrimonial de todos os brasileiros, segundo a World Inequality Lab, laboratório das desigualdades sociais, que integra a escola de economia de Paris, codirigido pelo economista francês Thomas Piketty.

A Pandemia não criou, como esperávamos, mudanças essenciais no comportamento humano. Estamos perdendo a chance de nos tornarmos melhores. Na verdade, permitimos que ela apenas ampliasse os comportamentos predominantes das pessoas: quem era bom ficou melhor; quem era ruim ficou pior; quem era corrupto ficou mais corrupto; quem era injusto ficou mais injusto, quem era religioso ficou mais religioso.

A existência é um desafio evolutivo permanente. Desafios são o oxigênio de muitas conquistas; saber lidar com eles é que vai definir nosso resultado como seres humanos.

Estamos em meio a tanta mentira que está difícil peneirar a verdade.

Temos tanta conectividade, e estamos cada vez mais insatisfeitos. Afinal, não se deve exigir de uma pessoa um nível de consciência que ela ainda não atingiu, assim como não se deve avaliar um gato pela sua capacidade de nadar.

As pessoas sabem tanto hoje sobre remédios, sobre conselhos, sobre soluções, que disputam doenças, quando deveriam saber mais sobre suas próprias vidas e ações funcionais.

Um tempo de intolerância velada no silêncio de uma sociedade superficial.

Na fonte do viver está o segredo da vida; no lugar de escolhas, é necessário tomar decisões nutritivas.

Nosso país está envelhecendo sem aproveitar a força dos jovens para rejuvenescer nosso futuro. Ao contrário, estamos deixando para eles um legado de dúvidas e falta de esperança.

O mundo é um experimento de acordo com o estado mental de cada um.

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