A esquerda de Petra em Vertigem

Em minha estreia para este Diário de S. Paulo, não poderia deixar passar as falas de Petra Costa, a responsável pelo famigerado documentário “Democracia em Vertigem” sobre o impeachment de Dilma, indicado ao OSCAR 2020, que deu uma entrevista falando absurdos de seu país.

Na entrevista para a PBS, a cineasta diz que o impeachment de Dilma foi seguido de terror e mentiras que levariam a eleição de Bolsonaro. Essa vitória só teria sido alcançada às custas de fake news como: Haddad em rituais satânicos, sua vice como progenitora de um bebê do próprio demônio, além de um leve clima anticorrupção. Ela traçou um cenário do Brasil onde evangélicos são racistas e a polícia é assassina de pretos, pobres e LGBTs.

“Sério?”, deve ter se chocado o leitor mais distraído. Contudo, as falas foram descritas de forma fidedigna.

Não sei o quanto ela crê nisso, mas está desconectada da realidade. O povo não derrotou o PT nas eleições porque havia um “clima contra a corrupção”, e sim porque o partido fez o maior esquema já visto na esfera pública brasileira. Não havia “bebê demônio”, havia povo desempregado, com renda em queda, indignado e protestando.

Petra ainda lançou ofensas aos cristãos, insinuando que evangélicos seriam racistas. Ela talvez não conheça a terra em que nasceu, por isso não sabe que a maioria dos evangélicos são pobres e negros vindos da periferia, inclusive boa parte dos pregadores se encontram nessa descrição. Não à toa que o PT agora tenta se reaproximar do grupo religioso.

Por fim, a segurança, Petra parecia não saber que em 2019, sob o comando de Moro, o número de assassinatos diminuiu. LGBTs vivem em um país mais seguro, pela primeira vez em muito tempo ONGs de esquerda foram obrigadas a admitir uma redução de 24% nos assassinatos de LGBTs.

A realidade contesta Petra. Seu relato do Brasil é tão mentiroso quanto seu documentário. Entretanto, deve ser desconhecimento. Caso contrário, ela e seu grupo devem estar sofrendo de uma grave vertigem.