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Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão

Por Dr. Marcelo Cantarelli*
Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão
A pressão alta ou Hipertensão arterial acomete aproximadamente um terço dos brasileiros. Muitos não sabem que tem pressão alta, porque ela pode não causar sintoma nenhum por muitos anos e é o principal fator de risco para o aparecimento do infarto do miocárdio ou AVC (derrame cerebral) que podem ser fatais. Em um parágrafo, creio que convencemos você, leitor, a conhecer a sua pressão arterial e essa é a razão de termos um Dia Nacional de Combate a Hipertensão.
A Hipertensão é uma doença que leva a níveis altos da pressão arterial. O valor normal pela OMS é 120×80 mmHg. Níveis acima destes podem causar problemas sérios, sendo necessários cuidados para que se consiga um controle adequado.
Além de infarto e AVC, a hipertensão aumenta o risco da pessoa desenvolver insuficiência cardíaca, cegueira, falência dos rins, edema agudo de pulmão, crescimento do coração (miocardiopatia dilatada hipertensiva) e disfunção erétil nos homens.
Na grande maioria dos casos (cerca de 90%), não se sabe qual é a causa da hipertensão. É a chamada hipertensão primária, de predisposição genética e hereditária. Em alguns casos menos comuns (mais ou menos 10%), existe alguma doença específica ou medicamento que faz a pressão aumentar (doenças dos rins, distúrbios hormonais, uso de corticoesteróides,por exemplo).
Embora não se saiba exatamente porque a pressão alta se desenvolve, alguns fatores de risco já foram identificados. Um dos mais importantes é a hereditariedade. Se o pai ou a mãe tem pressão alta, então é maior a chance dos filhos também terem. Outros fatores importantes são a obesidade, o consumo excessivo de álcool ou de sal, diabetes, o stress, o tabagismo e os distúrbios do sono.
A hipertensão pode aparecer em qualquer faixa etária. Apesar de ser mais frequente entre os idosos (70% das pessoas acima de 75 anos têm hipertensão), ele pode se iniciar na infância, secundária a outras doenças ou devido a hereditariedade associada a alimentação inadequada e obesidade infantil. Para conhecer sua pressão arterial, basta medi-la e não dói nada.
Em casa, a pressão deve ser aferida na posição sentada, com o antebraço (direito ou esquerdo) apoiado na altura do coração e a pessoa deve estar descansada, em repouso, (pelo menos cinco minutos), não ter feito uma refeição “pesada”, sem estar com vontade de urinar e sem ter fumado.
No consultório, o médico pode, principalmente na primeira consulta, medir a pressão nos dois braços e nas posições sentada, deitada e em pé para analisar variações.Feito o diagnóstico de hipertensão, o médico faz uma avaliação e alguns exames para saber se ela pode ser secundária a alguma outra doença ou medicamentos e se já há em seu organismo alguma alteração causada pela hipertensão, a chamada lesão em órgãos-alvo: coração, vasos sanguíneos, rins e retina principalmente.
O tratamento depende da gravidade da hipertensão, mas sempre inclui a adoção de hábitos saudáveis de vida que compõem o chamado tratamento não farmacológico da hipertensão que ajuda a reduzir a pressão arterial e até a evitar o seu aparecimento. Fazem parte do tratamento não farmacológico:
- a atividade física, principalmente aeróbica, frequente, diária de preferência
- a meditação ou o repouso com respiração lenta
- a dieta com pouco em sal (2 a 3 gramas diárias) e composta de grãos integrais, carnes magras, laticínios com pouca gordura, frutas, vegetais, oleaginosas, sementes, leguminosas e gorduras boas como as do azeite e castanhas (denominada dieta DASH)
- o controle do peso
- o controle do estresse
- a cessação do tabagismo
- e a redução da ingesta de bebidas alcoólicas
O excesso de sódio pode ajudar a elevar a pressão arterial nos indivíduos hipertensos, o sal de cozinha é o elemento que mais contém sódio e por isso os hipertensos devem ser orientados a reduzir a sua ingesta. Em média, o brasileiro consome por volta de dez gramas de sal por dia e o recomendado para os hipertensos é uma quantidade entre duas a três gramas como dissemos. Devemos lembrar que alguns molhos prontos como o de soja, alimentos processados e congelados e embutidos como salame e salsicha também são ricos em sódio.
O tratamento farmacológico, com remédios, hoje apresenta uma variedade de opções, bem efetivas e o seu médico saberá o momento de introduzi-lo e como conduzi-lo. Importante salientarmos que a pressão alta, quando não é secundária a outra doença ou medicamento, não tem cura, e sim controle e por isso o uso contínuo de medicamentos e os retornos regulares ao médico são fundamentais.
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*O Dr. Marcelo Cantarelli é graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro, com especialização em cardiologia pelo Ministério da Educação e pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. O especialista é doutor em cardiologia pela UNIFESP e membro titular com certificação na área de atuação de Cardiologia Intervencionista pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. Suas especialidades são cardiologia clínica e intervencionista. O especialista é ex-presidente da SBHCI (Sociedade Brasileira de Cardiologia Intervencionista) e hoje é diretor do Grupo Angiocardio.
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