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Seis erros fatais de quem fala em público

Reinaldo Polito

Seis erros fatais de quem fala em público
Seis erros fatais de quem fala em público

Redação Publicado em 29/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h31


Reinaldo Polito

Seis erros fatais de quem fala em público

1 – Falar sobre o que não domina com profundidade

Desenvolver um tema sem a necessária profundidade é um erro imperdoável. Imagine que você tenha de fazer uma apresentação de 30 minutos. Depois de 20 minutos de exposição já esgotou tudo que precisava dizer. Como encontrar assunto para completar o tempo restante? É desesperador. Você repete uma informação ou outra como se desejasse dar mais ênfase ao que disse, mas se sente desestabilizado, sem saber como resolver o problema. Por isso, é preciso conhecer a matéria muito além do que imagina ser suficiente. Se, por exemplo, tiver de falar por meia hora, tenha pelo menos assunto para falar durante 45 minutos ou uma hora. Esse conhecimento extra dará a segurança e tranquilidade de que precisa. É sempre interessante também ter algumas histórias na manga para as emergências. Se perceber que irá terminar antes do tempo determinado, poderá complementar o que disse dando exemplos ou usando alguma ilustração interessante.

2 – Expor ideias sem planejar a sequência da apresentação

Se não sabe para onde ir, como poderá tomar o rumo certo? Se o orador não souber o trajeto que deverá seguir, se falar sem saber o que dizer desde o início até à conclusão, correrá o risco de se perder e dificultar o entendimento dos ouvintes. Ao planejar a sequência da apresentação precisará ter em mente que no início deverá conquistar os ouvintes. Na preparação, irá instruir as pessoas para que compreendam bem a mensagem. No assunto central desenvolverá o tema com apoio dos argumentos. E na conclusão levará os ouvintes a refletir ou agir de acordo com suas propostas. Esse caminho simples fará com que o discurso seja concatenado de forma lógica e bem estruturada.

3 – Falar para ouvintes diferentes como se todas as pessoas fossem iguais

Algumas apresentações bem-sucedidas para determinados ouvintes poderão se transformar em fracasso em outras circunstâncias. Esse é um erro bastante comum. Certos oradores falam para plateias de jovens da mesma maneira como se expressam diante de pessoas mais idosas. Cada público deve ter uma abordagem adequada. Para o jovem, a mensagem precisa se referir ao futuro, a planos, a desafios. Pessoas idosas, ao contrário, são mais envolvidas e se interessam quando a mensagem se refere ao passado, às suas realizações, às suas conquistas. Embora a mensagem seja a mesma, só será possível ter sucesso se a apresentação levar em conta essas diferenças das características do público. Portanto, é importante saber se os ouvintes são incultos, bem preparados, se já estão familiarizados com o assunto, ou se são leigos. Mesmo assim, pode ocorrer um equívoco de avaliação. Por isso, se durante a apresentação o orador descobrir que se enganou na avaliação sobre as características dos ouvintes precisará fazer as mudanças necessárias já diante do público.

4 – Usar volume de voz inadequado

Oradores que falam aos gritos diante de poucas pessoas, ou, ao contrário, sussurram quando falam para plateias numerosas, provavelmente irão perder a atenção e o interesse dos ouvintes. Ao chegar no ambiente onde fará apresentação, avalie rapidamente a acústica da sala, observe se há janelas ou portas abertas com ruídos externos, se consegue ou não ouvir o som da própria voz, e use o volume adequado para aquele ambiente. De maneira geral, é recomendável falar um pouco mais alto do que seria suficiente para que as pessoas pudessem ouvir. Assim você demonstrará envolvimento e disposição para tratar do assunto.

5 – Falar com vocabulário inadequado

É preciso ter um vocabulário próprio para o mundo corporativo, outro para a vida acadêmica e outro para as conversas informais, do dia a dia. Se você for especialista em determinada área, e tiver de falar com pessoas que atuam no mesmo segmento, o vocabulário técnico poderá facilitar a comunicação e até projetar uma imagem profissional positiva. Esse mesmo vocabulário, entretanto, já não seria adequado para se comunicar com ouvintes leigos, não familiarizados com esse linguajar.

6 – Gesticular demais ou de menos

Os extremos atrapalham na arte de falar, especialmente quando o assunto é expressão corporal. Há dois erros que precisam ser evitados: a falta e o excesso de gesticulação. Dos dois defeitos, quase sempre o mais grave é o excesso de gestos. O ideal é que os movimentos sejam moderados e que acompanhem o ritmo e a cadência da fala. Siga no Instagram @polito

Reinaldo Polito é Mestre em Ciências da Comunicação e professor de oratória nos cursos de pós-graduação em Marketing Político, Gestão Corporativa e Gestão de Comunicação e Marketing na ECA-USP. Escreveu 34 livros com mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos em 39 países. Siga no Instagram @polito pelo facebook.com/reinaldopolito pergunte no [email protected]

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