A profissional chegou a ser socorrida, mas não resistiu
Nathalia Jesus Publicado em 27/06/2023, às 10h17
A médica Adriana Rodrigues Laurentino, acreana de 27 anos, morreu na noite do último sábado (24) após fraturar o pé esquerdo durante um passeio na Bahia.
Adriana morava e trabalhava na cidade de Camaçari, no interior da Bahia, há cerca de um ano. Ela se mudou para o estado para fazer uma especialização e saúde da família. A especialização seria concluída em 2024 e, possivelmente, voltaria para o Acre.
Ao g1, a prima de Adriana e também médica, Renata Lopes, disse que a profissional decidiu viajar para o Acre depois de ficar de atestado médico por conta da fratura. Sem nenhum parente em Camaçari, a médica pegou um avião para o Acre na última sexta-feira (23).
"A família toda está no Acre, ela estava com o pé fraturado e não tinha como ficar dentro do apartamento, estava de atestado. A família se disponibilizou a mandar alguém ficar com ela, mas disse que vinha. Esse voo que foi o problema, muito tempo dentro do avião, a perna parada e tudo contribuiu para a embolia pulmonar", disse.
De acordo com Renata, a médica passou mal ainda no aeroporto de Brasília. Lá, ela foi atendida pela equipe médica no pronto-atendimento do aeroporto e avisada que seria levada para uma unidade de saúde do estado. Contudo, segundo a família, Adriana pediu, após acordar do desmaio, para continuar a viagem até o estado acreano.
"Fizeram todos os procedimentos corretos, toda documentação e iam encaminhar ela para um hospital de Brasília. Esse seria o correto. Quando foi tornando, conversou com a médica e pediu para vir para o Acre, a médica acabou concordando, deu o laudo dela e ela seguiu o voo. Esse foi o erro. É muito importante que um médico, mesmo que o paciente peça de todas as formas possíveis para seguir viagem, não deixar já que corre o risco de morte no voo. Ela não tinha como embarcar", lamentou.
Ao desembarcar na capital Rio Branco, no sábado (24), Adriana pegou um táxi para Brasiléia e foi recebida pela família. Segundo Renata, a médica passou o dia conversando, brincando e matando a saudade dos parentes.
Aparentemente, Adriana estava bem. "Oito horas da noite, mais ou menos, vim embora para casa e quando foi umas 9 horas, minha mãe me ligou pra eu correr pro hospital que ela estava sendo intubada. Ela morreu 11 horas da noite do sábado, foi muito rápido. A equipe de Brasiléia está de parabéns, vi eles fazendo tudo que era possível, porém, não tinham mais o que fazer. Tinham dois médicos, além do restante da equipe, tentando reanimar ela por mais de 40 minutos e não deu certo", recordou.
Em nota, a prefeitura de Brasíléia, o Conselho Regional de Medicina do Acre e o Sindicato dos Médicos do Estado do Acre lamentaram a morte da médica.
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