Kleber Carrilho Publicado em 10/09/2022, às 08h00
Quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito para a Presidência da República, em outubro de 1994, não havia a previsão de reeleição. Mas aí o tempo foi passando, o sucesso do Plano Real foi se confirmando e os apoiadores do presidente no Congresso Nacional tiveram uma ideia bacana: que tal reelegê-lo?
Então, com uns votos conquistados com argumentos e outros com um pouco mais do que isso, a Emenda Constitucional da reeleição passou. Desde então, todos a utilizaram, o próprio FHC, Lula e Dilma Rousseff. A exceção foi Michel Temer, que preferiu não pagar para ver nas urnas o que todos sabíamos que poderia acontecer.
E Jair Bolsonaro é mais um que vai tentar, nas suas inimigas urnas eletrônicas, saber se tem o respaldo popular, com uma chance razoável de sucesso. Mesmo estando atrás nas principais pesquisas, a possiblidade de que seja reconduzido existe, principalmente porque talvez os institutos não consigam agora compreender algumas alterações importantes na forma de decidir dos eleitores.
Reeleito, Jair Bolsonaro vai ser apresentado a uma tentação: que tal tentar mais um mandato? Lula, que teve a mesma possiblidade, preferiu não experimentar, embora ninguém me convence de que tenha se arrependido. Naquele momento, a ideia foi apostar em Dilma, acreditando que seria um terceiro mandato de forma indireta. Não deu certo, e talvez agora a saída tivesse sido a mesma de Fernando Henrique, ou seja, falar que o desejo do povo não pode ser contrariado.
Porém, Lula 2010 é história, e ele teve a confirmação da popularidade ao eleger Dilma Rousseff. É isso ainda o que o faz acreditar que pode voltar para a cadeira do Palácio do Planalto.
Já Jair Bolsonaro talvez não tenha a mesma paciência de preparar um sucessor, como fez o ex-presidente petista. E, na minha bolsa pessoal de apostas, a tentativa de Bolsonaro 2026 já é realidade. Com idade para tentar mais uma e um grupo de apoiadores apaixonados que está gostando de ir às ruas para mostrar concordância, dificilmente ele conseguirá convencer os próximos de que mais uma Emenda Constitucional não é necessária.
O argumento principal será, com certeza, o mesmo desde que ele foi alçado à Presidência da República: o risco do comunismo. Funcionou uma vez, tende a funcionar de novo e vamos continuar eternamente, pelo que tenho visto, fugindo de um fantasma que não existe, mas é uma ótima opção para simplificar o discurso político e não precisar mostrar planos para o futuro.
Se você leu este texto até aqui, pode estar se perguntando se é possível evitar o terceiro mandato de Jair Bolsonaro.
E a resposta é simples: claro que sim, é possível evitar o terceiro mandato! É só não reelegê-lo para o segundo mandato em outubro.
Kleber Carrilho é professor, analista político e doutor em Comunicação Social
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