por Kleber Carrilho
Publicado em 03/06/2023, às 07h33
Nas Ciências Sociais (e a Ciência Política é uma delas) o tempo faz com que tenhamos uma noção mais clara daquilo que analisamos. Afinal, não conseguimos ter, no momento dos fatos, por sermos humanos e em geral participarmos dos processos sociais, o distanciamento ideal que só pode ocorrer com o tempo.
Portanto, depois de 10 anos, seria interessante que tivéssemos hoje uma visão mais clara do que a sociedade brasileira produziu naquele período de 2013 que ficou conhecido como Jornadas de Junho.
“Vem para a rua”, “O gigante acordou”, entre muitos outros slogans, fizeram parte das manifestações que, iniciadas por estopins aparentemente frágeis, como o aumento das passagens de ônibus, também tinham como pano de fundo a publicização de escândalos de corrupção em diversos níveis de governo, principalmente na cambaleante gestão federal, liderada por Dilma Rousseff.
Era o tempo das expectativas pela Copa do Mundo, pelas Olimpíadas, e o país já recebia os efeitos econômicos da crise mundial que começou em 2008, mas foi encarada na época como uma “marolinha”. Lembram disso?
A partir dos protestos, foram colocadas em cena, ou ganharam ainda mais notoriedade, organizações que pareciam bem construídas, com marcas como a Lava Jato, movimentos como o Brasil Livre (MBL), partidos como o Novo. Todo esse cenário, com muitos outros movimentos e marcas, levou à momentânea derrocada do Partido dos Trabalhadores, ao impeachment de Dilma, à prisão de Lula e, principalmente, à ascensão de Jair Bolsonaro.
Porém, as dinâmicas são tão rápidas em tempos de inovação tecnológica e presença cada vez maior das redes sociais digitais na vida política, que tudo isso já está novamente em processo de ressignificação, que talvez possamos chamar de “revisão histórica”.
Os personagens heróis, como Sergio Moro e Deltan Dallagnol, já deixaram de ser tão importantes; MBL, Novo e Bolsonaro ainda existem, mas estão cada vez mais enfraquecidos; os que foram afastados do poder (principalmente o PT) voltaram, também sem se reinventarem ou proporem novos projetos ou lideranças.
Portanto, além de não produzir líderes ou construções estratégicas estáveis, as Jornadas de Junho colocaram nas ruas e nas redes muitos dos extremistas que até aquele momento viviam calados, sem ter coragem de exibir as suas caras.
A tentativa de golpede 8 de janeiro de 2023, os acampamentos e as manifestações pedindo uma intervenção militar anterior a ele, são frutos diretos das Jornadas de Junho, que envelheceram mal, e mostraram que não havia nada de novo ou de importante para o ambiente político que pudesse sair dali. Portanto, são dez anos sem que novas lideranças realmente se apresentem, tanto à esquerda quanto à direita.
Em um espaço curto como este texto, muitas coisas ficam de fora da tentativa de análise, mas é uma oportunidade para que as instituições e todos que se interessam por política brasileira possam refletir e se perguntar: o que nós fizemos pelo país (ou contra ele) nos últimos dez anos?
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